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Minhalma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!..."
O soneto Fanatismo, de Florbela Espanca, mereceu um estudo belíssimo de psicanalistas María Vitória Mamede Maia e Junia de Vilhena; o trabalho, intitulado " Fanatismo, completude e onipotência: o olhar da paixão", aborda o tema com seriedade e delicadeza.
Sob o ponto de vista literário, o soneto é, sem dúvida, uma obra-prima: metáforas ousadas e uma escrita intensa, típica daquela que, em minha opinião, é uma das mais belas vozes poéticas de Portugal.
3 comentários:
Lindo isso!!
E F�gner musicou.
isso mesmo...
fagner e zeca baleiro cantaram e gravaram juntos...
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