sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ausência


Para o meu pai


Eras tu que
lustravas 
manhãs colando-as 
à janela

a ti pertenciam
os cabelos
desabrochados
das rosas todas

se hoje cultivo 
brotos de asfalto
é porque os aduba  
a tua falta.



(Imagem: acervo da família. Nicolau Sánchez, em 1956, no Beco das Garrafas, Rio de Janeiro)

2 comentários:

Despudorada Alma Malmal disse...

que belo poema, Sandra

não uma saudade triste, uma saudade agradecida pela lição de vida

bijo

Celso Luis Gagliardo disse...

Sandra, parabéns. V. tem o endereço do iluminurista de Piracicaba? Celso (gagliardo@vivax.com.br)