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Os jornais franceses destacaram a posição do Ministério da Saúde Brasileiro que recusou a ajuda financeira do governo americano através do Programa USAID, um financiamento no valor de 48 milhões de dólares para ser aplicado no combate a Aids; os americanos impuseram como condição para liberar o dinheiro que ele não fosse usado para tratar prostitutas que, eventualmente, contraíssem a doença ou que já estivessem contaminadas pelo HIV. Além de exigir a exclusão das prostitutas do programa, solicitava que o governo brasileiro repudiasse publicamente a prostituição, numa clara demonstração de preconceito e intolerância.
Segundo informações, o governo americano já abrira mão de outra exigência constante do projeto inicial, a qual impunha que o governo brasileiro adotasse as políticas do governo de George W. Bush, que exalta a abstinência sexual e a fidelidade.
O coordenador do programa brasileiro de luta contra a AIDS, Pedro Chequer, declarou à imprensa que os princípios do USAID são maniqueístas e influenciados pela teologia fundamentalista, e que esses princípios não colaboram em nada para controlar a epidemia da AIDS. Os 48 milhões de dólares do USAID configuram 2 a 3% do orçamento total do programa brasileiro de luta contra as doenças sexualmente transmissíveis (entre 2003-2008), e são utilizados para financiar ações organizações não governamentais (ONGs), para pesquisa, e em campanhas que incentivam o uso do preservativo.
O governo brasileiro que já financia 90% do programa, cobrirá a parte do USAID, caso o governo americano mantenha as exigências. Várias ONGs brasileiras envolvidas na luta contra a Aids se manifestaram apoiando a atitude do governo, pois seria uma vitória da discriminação e do preconceito mudar a orientação do programa governamental de combate a Aids, excluindo o cuidado e o tratamento dispensado aos homossexuais, prostitutas e toxicômanos.
O jornal também destaca que o programa brasileiro de combate a Aids é um dos melhores do mundo.
Publicado em Le Nouvel Observateur; tradução: Sandra Baldessin
8 comentários:
O programa de saúde de prevenção às doenças sexualmente transmitidas, principalmente a AIDS, sempre foi muito bem elogiado no exterior e, ainda bem, não denigre por completo a imagem do Brasil para o resto do mundo.
Ainda bem...
Beijão querida!
;o*
" Além de exigir a exclusão das prostitutas do programa, solicitava que o governo brasileiro repudiasse publicamente a prostituição, numa clara demonstração de preconceito e intolerância."
Isto é a mais inominável das atitudes radicais deste governo americano atual.
E ainda pretendem combater radicalismos!!!
oi Yeso, obrigada pela visita.
besito
pra vc ver, Aluizio... não sei até onde vão esses bushismos...
beso, querido
Tudo isto está certo mas o que os jornais não dizem é que a verdade que impulsiona as medidas internacionais nesta área é a atitude corajosa de nosso país em quebrar as patentes dos laboratórios que se recusam a facilitar a aquisição de remédios indispensaveis.
Esquecem de indicar o fundamentalismo econômico que é tão nojento ou mais que qualquer outro.
Pois é, outra do Bush. E o pior é que nem surpreende, vindo de quem veio a idéia.
vc tem razão Aluízio: tudo isso, no fim das contas, tem a ver só com l'argent
besitos, amigo
es verdad, nel.
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