terça-feira, 3 de maio de 2005

Não à discriminação

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DE VEZ EM QUANDO ELES ACERTAM

Os jornais franceses destacaram a posição do Ministério da Saúde Brasileiro que recusou a ajuda financeira do governo americano através do Programa USAID, um financiamento no valor de 48 milhões de dólares para ser aplicado no combate a Aids; os americanos impuseram como condição para liberar o dinheiro que ele não fosse usado para tratar prostitutas que, eventualmente, contraíssem a doença ou que já estivessem contaminadas pelo HIV. Além de exigir a exclusão das prostitutas do programa, solicitava que o governo brasileiro repudiasse publicamente a prostituição, numa clara demonstração de preconceito e intolerância.
Segundo informações, o governo americano já abrira mão de outra exigência constante do projeto inicial, a qual impunha que o governo brasileiro adotasse as políticas do governo de George W. Bush, que exalta a abstinência sexual e a fidelidade.
O coordenador do programa brasileiro de luta contra a AIDS, Pedro Chequer, declarou à imprensa que os princípios do USAID são maniqueístas e influenciados pela teologia fundamentalista, e que esses princípios não colaboram em nada para controlar a epidemia da AIDS. Os 48 milhões de dólares do USAID configuram 2 a 3% do orçamento total do programa brasileiro de luta contra as doenças sexualmente transmissíveis (entre 2003-2008), e são utilizados para financiar ações organizações não governamentais (ONGs), para pesquisa, e em campanhas que incentivam o uso do preservativo.
O governo brasileiro que já financia 90% do programa, cobrirá a parte do USAID, caso o governo americano mantenha as exigências. Várias ONGs brasileiras envolvidas na luta contra a Aids se manifestaram apoiando a atitude do governo, pois seria uma vitória da discriminação e do preconceito mudar a orientação do programa governamental de combate a Aids, excluindo o cuidado e o tratamento dispensado aos homossexuais, prostitutas e toxicômanos.
O jornal também destaca que o programa brasileiro de combate a Aids é um dos melhores do mundo.

Publicado em Le Nouvel Observateur; tradução: Sandra Baldessin


8 comentários:

XXXX YYYY disse...

O programa de saúde de prevenção às doenças sexualmente transmitidas, principalmente a AIDS, sempre foi muito bem elogiado no exterior e, ainda bem, não denigre por completo a imagem do Brasil para o resto do mundo.

Ainda bem...

Beijão querida!
;o*

AluiZio Derizans disse...

" Além de exigir a exclusão das prostitutas do programa, solicitava que o governo brasileiro repudiasse publicamente a prostituição, numa clara demonstração de preconceito e intolerância."

Isto é a mais inominável das atitudes radicais deste governo americano atual.

E ainda pretendem combater radicalismos!!!

Sandra Baldessin disse...

oi Yeso, obrigada pela visita.
besito

Sandra Baldessin disse...

pra vc ver, Aluizio... não sei até onde vão esses bushismos...
beso, querido

AluiZio Derizans disse...

Tudo isto está certo mas o que os jornais não dizem é que a verdade que impulsiona as medidas internacionais nesta área é a atitude corajosa de nosso país em quebrar as patentes dos laboratórios que se recusam a facilitar a aquisição de remédios indispensaveis.

Esquecem de indicar o fundamentalismo econômico que é tão nojento ou mais que qualquer outro.

Nelson :-P disse...

Pois é, outra do Bush. E o pior é que nem surpreende, vindo de quem veio a idéia.

Sandra Baldessin disse...

vc tem razão Aluízio: tudo isso, no fim das contas, tem a ver só com l'argent
besitos, amigo

Sandra Baldessin disse...

es verdad, nel.